Tendo como base o artigo de Frison et al (2012), a aluna Bruna da Silva e eu realizamos um breve estudo sobre as potencialidades da interdisciplinaridade. Para ver tal estudo, consulte este link.
Saberes Didáticos
Blog destinado a publicar atividades realizadas na disciplina de Didática da Universidade Federal de Itajubá - UNIFEI
quinta-feira, 17 de novembro de 2016
segunda-feira, 31 de outubro de 2016
Relações Pedagógicas

Nosso grupo foi responsável por elaborar um recorte sobre nossa percepção acerca das relações pedagógicas. Ao criá-lo, foi interessante a busca por situações já conhecidas do cotidiano escolar, porém, prezou-se por outras percepções como, por exemplo, a importância do contexto sociocultural em que o indivíduo está inserido.
Ainda, é importante salientar que essa relação entre professor-professor, professor-aluno e aluno-aluno precisa de um meio (não necessariamente físico) e do controle do tempo. Quando se tem esse tipo de concepção sobre a importância desse relação, todos os envolvidos no processo de educação se beneficiam.
Nesse sentido, a maneira pela qual o professor prepara sua aula, como ele se comporta perante os alunos e como ele elabora seu método/processo de avaliação influencia diretamente em como os alunos vão construir sua aprendizagem. É válido dizer que os alunos também precisam realizar sua parte para que o processo não se desvie do objetivo principal: a aprendizagem.
Para saber mais sobre esse assunto, consulte esse link.
quarta-feira, 26 de outubro de 2016
Pedagogia da autonomia - Paulo Freire
Pedagogia
da autonomia saberes necessários à prática educativa - Paulo Freire
FREIRE, Paulo. Pedagogia da
autonomia: saberes necessários à prática educativa. 43. ed., São Paulo: Paz e Terra, 2011.
Destacamos alguns pontos do livro que julgamos serem relevantes.
Na
introdução o autor salienta que: “Formar é muito mais do que puramente treinar
o educando no desempenho de destrezas”. Temos que formar nossos alunos,
faze-los acreditar que é possível uma mudança, cada um mudando primeiramente a
si mesmo, como por exemplo o livro traz que se todos jogassem lixo no local
devido, muita poluição seria evitada e os possíveis transtornos por ela
causados.
No capítulo
1- NÃO HÁ DOCÊNCIA SEM DISCÊNCIA
·
“Ensinar não é transferir conhecimento, mas criar possibilidades
para a sua produção ou sua construção”
·
“É preciso que, embora diferentes entre si, quem
forma se forma e (re) forma ao formar e quem é formado forma-se e forma aos
formados”
·
“Ensinar inexiste sem aprender e vice-versa”.
Essas
frases dizem muito, aprendemos ao ensinar, ao aprender, aprendemos sempre um
depende do outro, e ensinar não é passar um conhecimento, mas sim produzir
possibilidades para a sua construção.
O texto
discute as exigências do ensinar, conforme o esquema a seguir.
ENSINAR EXIGE:
1. Rigorosidade
metodológica → o autor traz que o educador democrático deve reforçar a
capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão. A tarefa do
doente não é apenas ensinar os conteúdos, mas também ensinar a pensar certo. E
uma das condições necessárias a pensar certo é não estarmos demasiados certos
de nossas certezas.
2. Pesquisa
→ argumenta que faz parte da natureza da pratica docente a indagação, a busca,
a pesquisa. Não há ensino sem pesquisa, nem pesquisa sem ensino.
3. Respeito
aos saberes do educando → expõe que o professor deve respeitar os saberes que
os alunos trazem para a escola e discutir com eles a razão de se ter alguns
desses saberes com relação ao ensino dos conteúdos, discutir com os alunos a
realidade concreta associando com as disciplinas.
4. Criticidade
→ seria uma curiosidade crítica, uma relação entre o saber resultante de
experiências e o advindo de procedimentos metodológicos.
5. Estética
e Ética → argumenta que a prática escolar tem de ser, em si, um testemunho de
decência e de pureza. Traz que transformar a experiência educativa em puro
treinamento técnico é amesquinhar o que há de fundamentalmente humano no
exercício educativo: o seu caráter formador.
6. A
corporeificação da palavra pelo exemplo → discute o professor que ensina certo
não aceita o “faça o que eu mando e não o que eu faço”. Ele sabe que as
palavras às quais falta corporeidade do exemplo quase nada valem.
7. Risco,
aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação → traz que é
próprio do pensar certo a disponibilidade ao risco, a aceitação do novo que não
pode ser negado. A prática preconceituosa de raça, classe, gênero fere o ser
humano e negando-lhe a democracia.
8. Reflexão
crítica sobre a prática → dispõe que a pratica docente crítica, implicante do
pensar certo, envolve o movimento dinâmico, dialético entre o fazer e o pensar
sobre o fazer. Através da reflexão crítica sobre a prática de hoje ou de ontem
é que se pode melhorar a próxima prática.
9. O
reconhecimento e a assunção da identidade cultural → aponta que uma das tarefas
mais importantes da prática educativo-critica é propiciar as condições em que
os educandos em suas relações uns com os outros e todos com o professor ensaiem
a experiência de assumir-se como ser social e histórico pensante, comunicante,
transformador, criador, realizador de sonhos, capaz de ter raiva porque é capaz
de amar. Temos que dar valor as emoções aos gestos, pois eles são carregados de
significados.
No capítulo 2 - ENSINAR NÃO É TRANSFERIR
CONHECIMENTO
O
autor comenta que ensinar não é transferir conhecimento, mas criar
possibilidades ao aluno para sua própria construção. Este é o primeiro saber
necessário
à formação do docente, numa perspectiva progressista. É uma postura difícil a assumir diante dos outros e com os outros, face ao mundo e aos fatos, ante nós mesmos. Fora disso, meu testemunho perde eficácia.
à formação do docente, numa perspectiva progressista. É uma postura difícil a assumir diante dos outros e com os outros, face ao mundo e aos fatos, ante nós mesmos. Fora disso, meu testemunho perde eficácia.
Quando
entramos dentro da sala de aula devemos estar sendo um ser aberto a indagações,
à curiosidade, às perguntas dos alunos, as suas inibições um ser crítico e
inquiridor inquieto frente a tarefa que tenho a de ensinar e não transferir
conhecimento.
ENSINAR EXIGE:
1. Consciência
do inacabamento → onde há vida, há inacabamento o autor traz que as coisas
podem até piorar mais ele sabe que se intervirmos podemos melhora-la. Temos que
acreditar na possibilidade de mudança de melhora.
2. Reconhecimento de ser condicionado → argumenta
que a curiosidade já é um conhecimento, um movimento de busca, fundamentando
assim a educação como um movimento permanente.
3. Respeito
à autonomia do educando → o autor discute que qualquer discriminação é imoral e
lutar contra ela é um dever, não devemos reprimir os alunos, temos que deixar
que se expressem se conheçam. Devemos respeitar à autonomia e à identidade do
educando que vai exigir uma pratica coerente.
4. Bom-senso
→ segundo o autor o bom-senso tem um papel importante na tomada de posição no
que diz respeito ao que devemos ou não fazer, e a ele não pode faltar a ética.
5. Humildade,
tolerância e luta em defesa dos direitos dos educadores → argumenta que a luta
dos professores em defesa dos seus direitos e da sua dignidade deve ser
entendida como um momento importante de sua pratica docente, enquanto pratica ética.
É necessário empenhar na construção de um ambiente, no qual haja humildade e
tolerância
6. Apreensão
da realidade → discute que a capacidade e aprender não apenas para nos
adaptarmos, mas sobretudo para transformar a realidade, para nela intervir,
recriando-a. fala da nossa educabilidade a um nível distinto do nível de
adestramento dos outros animais.
7. Alegria e
esperança → o autor traz que há uma relação entre a alegria necessária à
atividade educativa e a esperança. A esperança que professor e aluno juntos
possam aprender, ensinar, e juntos igualmente resistir aos obstáculos a nossa
alegria.
8.
Convicção que a mudança é possível → o autor aborda
que ninguém pode estar no mundo, com o mundo e com os outros de forma neutra.
Temos que “enxergar” que mudar é difícil, mas é possível.
9. Curiosidade
→ o autor traz que devemos saber que sem a curiosidade que me move, que me
inquieta, que me insere na busca não aprendo e nem ensino. Um trecho importante
dessa parte do texto é: “O bom professor é o que consegue enquanto fala, trazer
o aluno até a intimidade do “movimento” de seu pensamento. Sua aula é assim um
desafio e não uma cantiga de ninar. Seus alunos cansam, não dormem. Cansam
porque acompanham as idas e vindas de seu pensamento, surpreende suas pausas,
suas dúvidas, suas incertezas.” A curiosidade do ser humano é o que o move.
CAPÍTULO 3 - ENSINAR É UMA ESPECIFICIDADE HUMANA
ENSINAR EXIGE:
1. Segurança,
competência profissional e generosidade → traz que a impossibilidade desunir o
ensino dos conteúdos da formação ética dos educandos, de separar pratica da
teoria, autoridade de liberdade, ignorância do saber, respeito ao professor,
respeito aos alunos, ensinar e aprender é uma via de mão de dupla.
2. Comprometimento
→ argumenta que devemos revelar aos alunos, minha capacidade de analisar,
comparar, avaliar; de fazer justiça, de não falhar à verdade.
3. Compreender
que a educação é uma forma de intervenção no mundo → discute que o professor
deve ser a favor da decência, liberdade, democracia, luta contra qualquer forma
de discriminação, a favor da esperança, não podemos reduzir a prática docente
ao puro ensino dos conteúdos
4. Liberdade
e autoridade → A autonomia se constitui na experiência de inúmeras decisões que
vão sendo tomadas.
5. Tomada
consciente de decisões → A educação não vira política por causa da decisão
deste ou daquele educador. Ela é política e sua raiz se acha na própria
educabilidade do ser humano, que se funde na sua natureza inacabada e da qual
se tornou consciente. Diante da impossibilidade da neutralidade da educação, é
importante que o educador saiba que se a educação não pode tudo, alguma coisa
fundamental ela pode.
6. Saber
escutar → O autor traz que quem escuta paciente e criticamente o outro, fala
com ele, mesmo que em certas condições precise de falar a ele. Escutar
significa disponibilizar a fala do outro ao gesto do outro, as suas diferenças.
O professor autoritário que recusa escutar os alunos, impede a afirmação do
educando como sujeito de conhecimento. Como arquiteto de sua própria prática cognoscitiva.
7. Reconhecer
que a educação é ideológica → aponta que ideologia tem que ver diretamente com
a ocultação da verdade dos fatos, com o uso da linguagem para opalizar a
realidade, ao mesmo tempo que nos torna “míopes”.
8. Disponibilidade
para o diálogo → o autor aponta que seria a discussão de um tema, analise de
fatos, o professor pode expor a sua posição e seus argumentos.
9. Querer
bem aos educandos → traz que querer bem aos educandos e à própria prática
educativa de que participo. Essa abertura significa que a afetividade não me
assusta, que não tenho medo de expressá-la. Seriedade docente e afetividade não
são incompatíveis.
O livro é de suma importância para nós que
seremos futuros professores, pois traz à tona vários aspectos que são
relevantes a prática docente, bem como reflexões sobre o tema. Um aspecto
interessante do livro é que o autor coloca o aluno como centro do processo de
ensino-aprendizado.
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