domingo, 23 de outubro de 2016

Resenha do Livro "A motivação em sala de aula o que é, como se faz"

UNIFEI - Universidade Federal de Itajubá

Resenha do livro: A motivação em sala de aula o que é, como se faz.
Título resenha: Um escrito sobre a motivação
Referência: TAPIA, J.A; FITA, E. C. A motivação em sala de aula o que é, como se faz. 2º ed. Trad. Sandra Garcia. São Paulo, Edições Loyola, 1999. p.146
Resenhista (s): Bruna da Silva, Edilson Lima, Gabriela Gomes e Letícia Carvalho.
        A motivação desperta a atenção dos profissionais comprometidos com a educação, por se tratar de um dos principais fatores que favorecem a aprendizagem. Com isso a obra escrita por Jesús Alonso Tapia e Enrique Cartula Fita tem como intuito argumentar a motivação para aprender. A estrutura do livro é estabelecida em duas partes: na primeira parte por Tapia e a segunda por Fita.
         Na primeira parte “contexto, motivação e aprendizagem” por Jesús Alonso Tapia, é subdividida em dois capítulos. O autor defende que o interesse escolar não depende de um único fator, seja pessoal ou contextual. A motivação está ligada à interação dinâmica entre as características pessoais e os contextos em que as tarefas escolares se desenvolvem. Quanto aos contextos, destaca-se quatro aspetos essenciais: o começo da aula, a organização das atividades, a interação do professor com seus alunos e a avaliação da aprendizagem. Esses momentos dependem mais da iniciativa do professor e podem, conforme o caso, interferir, reforçar ou anular os padrões motivacionais dos alunos. Argumenta que se queremos motivar nossos alunos, precisamos saber de que modo nossos padrões de atuação, podem contribuir para criar ambientes capazes de conseguir que os alunos se interessem e se esforçam por aprender. Portanto se faz necessário conhecer as variáveis pessoais que influenciam no interesse e na motivação com que os alunos enfrentam as tarefas escolares e nas mudanças que se produzem à medida que uma atividade transcorre e como as diferentes pautas de atuação que os professores podem adotar e interagir com tais características.
No primeiro capítulo, “Condicionantes pessoais da motivação para aprender”, o autor aborda que podemos compreender a motivação de nossos alunos observando seu comportamento, no qual comprova-se que os alunos agem tendo em vista diferentes metas, como: aprender algo que faça sentido, evitar sentir-se mal diante dos outros, a tarefa a realizar e as matérias a estudar tenham alguma utilidade prática e a necessidade de autonomia. Discute que com frequência os alunos que dão a impressão de desinteressados podem estar ligados a questões como o interesse e esforço que dedicam às atividades.
No segundo capítulo, “Condicionantes contextuais da motivação para aprender”, assinala que os professores ao definir objetivos de aprendizagem, apresentar a matéria, propor tarefas responder às demandas dos alunos, avaliar a aprendizagem e exercer o controle e a autoridade, criam ambientes que afetam a motivação e a aprendizagem. Apresenta que no começo da aula o professor precisa instigar a curiosidade e interesse do aluno, bem como deixar claro a importância do conteúdo. Discute que as atividades devem ser organizadas, levando em conta a autonomia do aluno e ao tipo de interação entre os alunos que tal tarefa requer. Salienta sobre a interação entre o professor e os alunos, que são as mensagens dadas pelo professor antes de realizar uma tarefa, podem orientar sua atenção em diferentes direções, durante a tarefa, orientam o sujeito para meta de aprendizagem, ao final da tarefa e a avaliação da aprendizagem.
        A segunda parte do livro intitulada “O professor e a motivação dos alunos” por Enrique Caturla Fita, é subdivida em seis capítulos. O autor focaliza o papel do professor na motivação dos alunos. Saber motivar para a aprendizagem escolar pressupõe saber como os alunos aprendem. Nesse sentido fica evidente que o interesse dos alunos em aprender depende em grande medida das decisões que o professor toma com respeito à organização do ensino. Sintetiza, inicialmente, os fundamentos da aprendizagem significativa e as principais teorias sobre a motivação. Em seguida, analisa alguns traços que caracterizam o professor hoje, do ponto de vista de sua formação inicial e de sua consideração social. Por último, identifica uma série de tarefas específicas do professor antes, durante e depois da aula, e demonstra sua incidência na motivação.
        No terceiro capítulo, “Aprendizagem e motivação”, o autor escreve que entende por aprendizagem a mudança que se produz num sistema que chamamos aluno ao passar de um estado inicial a um estado final, argumentando que a aprendizagem requer interesse, de uma necessidade em saber, de um querer alcançar determinadas metas e que em qualquer aprendizagem pode-se distinguir duas dimensões:  processo e produto.  Discute sobre a aprendizagem significativa suas características, condições, bem como discorre sobre os tipos de aprendizagem. Posteriormente, é tratado sobre o processo de ensino-aprendizagem, no qual algumas metas se fazem necessárias, é preciso conhecer em que nível os alunos se encontram, propor um modelo de aprendizagem, um modelo de ensino e um modelo de avaliação.
        No quarto capítulo, A motivação, é sintetizado algumas ideias sobre a motivação dos alunos com base em diversas pesquisas realizadas sobre o tema. Cita que a motivação é uma pré-condição para a aprendizagem. Neste capítulo o autor resume algumas das principais teorias sobre a motivação que podem ter maior incidência no campo do ensino e da aprendizagem como a teoria das necessidades de Maslow, a teoria da conquista, a teoria da atribuição.
        No quinto capítulo, “O professor como figura-chave na motivação dos alunos”, aborda que quando a sociedade não oferece muitas saídas aos jovens e as perspectivas de encontrar trabalho ao sair da escola são poucas, parece que toda a responsabilidade de motivar os alunos recai nos professores. O autor faz algumas considerações em torno da figura professor, dizendo que se um professor não está motivado, se não exerce de forma satisfatória sua profissão, é muito difícil que seja capaz de comunicar a seus alunos entusiasmo, interesses enfim é difícil que consiga motivar seus alunos.
        No sexto capítulo, “As tarefas do professor e sua influência na motivação dos alunos”, aborda assuntos como o do professor como planejador do currículo, o professor como avaliador de resultados, processos e sistemas no qual argumenta que toda avaliação deve ser seguida de uma tomada de decisão. Aponta a importância do professor pesquisador, que pode contribuir para a qualidade do ensino e a valorização da profissão. Traz que o professor deve ensinar seus alunos a pensar com o auxílio de programas e/ou a partir das diferentes áreas ou matérias. Aponta que é importante que os professores dediquem um tempo a ensinar seus alunos a aprender, utilizar estratégias que facilitem a aprendizagem dos alunos, bem como o papel do professor como orientador/tutor, o professor como transmissor de valores e o professor como membro de uma equipe expondo que motivação dos alunos se vê notavelmente influenciada pelo clima e pelo ambiente da escola.
        No sétimo capítulo, “O trabalho do professor na sala de aula e sua interação com os alunos”, o autor aponta fatores motivacionais que podem ser reduzidos a quatro: a informação recebida se processará em melhores condições se existir atenção, se for considerada útil, se prever que se vai ter êxito e se a atividade produzir alguma satisfação. Discute que a maneira dos professores agir pode incidir positivamente na motivação dos alunos e os tipos de aluno e motivação, os alunos são divididos em quatro tipos: curiosos, conscienciosos, sociáveis e os que buscam êxito, além falar sobre a didática do erro.
        No oitavo capítulo, “Medidas organizacionais para ajudar a motivação e a aprendizagem”, o autor indica algumas medidas organizacionais que podem ajudar a melhorar a eficácia nas tarefas.
        O livro traz no final algumas propostas pedagógicas que foram formuladas pelos participantes do encontro “A motivação para a aprendizagem escolar”, que as propostas para o contexto de sala de aula, propostas para o contexto escolar e propostas para o contexto familiar e social.
        A presente obra é uma ótima leitura para quem quer entender sobre a motivação dos alunos e suas variáveis, e tentar mudar a forma de trabalhar em sala de aula, com base no escrito, pois dá várias dicas, informações relevantes sobre um problema que é tão frequente como a falta de motivação, e exemplos de ferramentas úteis nesse processo como o que pode ser melhorado para manter a motivação.


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