domingo, 25 de setembro de 2016

Ciranda de Formação Docente: Relações de Gênero Na Escola E No Processo De Trabalho

A ciranda do dia 19/09/16, apresentada por Maria de Lourdes Souza Oliveira (Maroca), tratou do tema Gênero na escola e na sociedade em geral. Como havia cerca de 35 pessoas no local, Maroca pediu que cada um se apresentasse e tentasse responder à pergunta "O que é ser homem e ser mulher?". Como já era de se esperar, inúmeras visões apareceram, mas sempre num processo de construção desse conceito, uma vez que defini-los é difícil.

Maroca foi colocando um pouco de fundamentação aqui e ali para que a ciranda não ficasse apenas em apresentações; nesse processo, juntamente com as opiniões dos presentes participantes, logo se percebeu que os conceitos de homem e mulher (ou masculino e feminino) tem grande influência do que o social, o histórico e o cultural acreditam ser o "correto".

Além disso, em diversas ocasiões as mulheres presentes afirmaram que ser Mulher era resistir. Em suas argumentações elas explanaram que viver num mundo machista já é uma forma de sobreviver, que viver na UNIFEI já é uma maneira de resistir, visto que o ambiente é formado, em sua maioria, por homens. Felizmente, todos apresentaram opiniões que buscavam respeito ao próximo.

Uma forma de explicar como o machismo ou ideias de "coisas de menino" e "coisas de menina" influenciam no mundo foi a apresentação do "Kit Azul" e "Kit Rosa". Maroca argumentou que a sociedade faz essa divisão que desde muito cedo acompanha a vida das pessoas. Como exemplo, ela disse que um grupo de crianças bem pequenas brincariam com qualquer tipo de brinquedo porque ainda não possuem tal associação do que é de menino ou de menina. Essa aversão a certos tipos de brincadeiras é construída através de olhares e repreensões de pais, professores ou qualquer outra pessoa da sociedade.

Essa questão não somente influencia na vida particular das pessoas, mas também em como elas vão escolher suas profissões. Nesse momento, Maroca disse que se deve discutir gênero/sexo sob distintos olhares, isto é, deve-se levar em consideração a questão de gênero no trabalho, no social e no cultural. Esse tipo de reflexão é importante, uma vez que, como exemplo, o trabalho doméstico é desvalorizado e, portanto, o que a mulher (geralmente quem faz tal serviço) faz não possui valor. Desse modo, as questões de gênero estão presentes também em situações de racismo, de problemas com pessoas de baixa renda e até mesmo em nossa indiferença com os problemas "alheios".

Por fim, Maroca sempre dizia ironicamente, a cada comentário que tocasse em um tema difícil de ser tratado na sociedade, que havia uma cartilha que poderia ser consultada ao fim da Ciranda. Ainda, ela concluiu com os presentes que a resposta à pergunta inicial não poderia ser dada.

O que ficou claro com essa ciranda foi que o machismo impregnado na sociedade influencia não somente as mulheres, mas também os homens. Assim, falar de gênero em uma sociedade que não está preparada para a diversidade se torna muito difícil, mas aos poucos devemos buscar conhecimento para que nós não pré-julguemos ninguém. Talvez um bom início para entender o novo seja respeitar a individualidade da outra pessoa.

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